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Um Estado pouco democrático e pouco judeu: uma breve análise da condução política de Benjamin Netany

Quando se trata de política israelense a primeira questão que se levanta é: pode existir um Estado democrático e judeu?


Bem, infelizmente essa pergunta ainda não tem resposta. Existe defensores de ambos os lados do debate e pouco consenso sobre a natureza política do Estado de Israel e suas possibilidades.


O que chama atenção é que nos dias atuais pouco se vê dos dois pilares, falta o termo democracia e falta o termo judaico na condução da política israelense. A situação e a oposição são vistas pela população como mais do mesmo discurso. Eles, os ministros e seus assessores membros da Knesset (parlamento), não podem fornecer segurança, visão ou esperança, e é por isso que eles estão insistindo em políticas de privatização da segurança e da justiça, encorajando os cidadãos a portar armas e abrir fogo, deixando nenhuma corte de justiça ou grupos de direitos humanos ficar em seu caminho.


Todos estão falando a língua da força: medidas de segurança, proteção, armas, drones, medidas punitivas, demolição, assassinato e tudo o que vem à mente. Este é um esforço coletivo consistente para expandir os limites do poder israelense. O atual Israel só compreende o conceito amplo do uso da força.


Nesse quadro existem perguntas muito importantes que não estão sendo formuladas: Onde está o debate público que inspirou liderança e desapareceu ou caiu em silêncio, um debate que questiona se o uso comedido de força é preferível a violência desenfreada? De modo mais geral, por que o conteúdo tradicional judaico não está presente no discurso político israelense?


Os valores éticos judaicos se tornam menos visíveis. Em meio a essa realidade cruel em que Israel está não há questionamento do sentido da vida e os limites do poder. A antiga dimensão judaica da santidade da vida, até mesmo do agressor, o que exige grande cautela antes de tirar uma vida, tornou-se desprezada e insultada, desaparecendo completamente.


Por muitos anos, os israelenses foram descritos pelo perfil psicológico de que vivem em um ciclo de patologia em que o povo mais perseguido no mundo se transformou em um perseguidor (uma criança abusada torna-se um pai violento). Na verdade, a validade prática e moral deste argumento expirou, entre outras razões devido ao uso patológico pelo Primeiro-Ministro, Benjamin Netanyahu, do passado de vítima do povo judeu a fim de justificar o sacrifício de duas nações no altar da sua incompetência.


A política atual de Israel não tem limites, e estes impulsos são de natureza violenta e agressiva, totalmente contra as tradições judaicas, não democrático, mas muito de acordo com a política do partido Likud. Pelo menos no que se aplica ao Likud desta década.


Karina Stange Calandrin é mestranda em Relações Internacionais no Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas (UNESP, UNICAMP, PUC-SP) e pesquisadora do GEDES.

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