O Brasil na 21ª Conferência Anual da Associação Internacional de Centros de Manutenção de Paz
Entre os dias 28 de setembro e 01 de outubro, em Brasília, ocorreu a 21ª Conferência Anual da Associação Internacional de Centros de Manutenção de Paz (IAPTC, na sigla em inglês). O evento foi promovido pelo Ministério da Defesa, por intermédio do Exército, contando com a participação de militares, civis e policiais.
O objetivo foi estimular parcerias em treinamento militar e debater os desafios das operações de paz. De acordo com o comandante do Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB), o coronel José Ricardo Vendramin Nunes, o maior desafio é reunir as capacidades militares, civis e policiais necessárias para cumprir os mandatos de segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
O Conselho de Segurança da ONU passou a autorizar mandatos de operações de paz maiores e mais complexos que possuem diversos objetivos como manter a segurança, monitorar os direitos humanos, construir instituições de governança, coordenar eleições nos países, reformar o setor de segurança e desarmar, desmobilizar e reintegrar ex-combatentes. Dessa forma, o envolvimento de outros setores da sociedade além do militar se faz necessário para cumprir as diversas tarefas que as operações de paz pretendem estabelecer. Por isso, não só o treinamento dos militares que participam dessas operações é relevante, mas também a participação da sociedade civil no debate sobre as formas de proteger a população durante e após um conflito armado.
Um exemplo da participação de civis durante a IAPTC deu-se através da Women´s internacional Cross – Cultural Exchange, organização que abordou o papel das mulheres nas operações de paz, ressaltando que as mulheres das comunidades em conflito são fundamentais para garantir a paz entre os sobreviventes.
O fato de o Brasil sediar um evento internacional sobre as operações de paz reforça a importância do país como ator nos mandatos da ONU. Atualmente, o Brasil participa de missões em dez nações, com o comando em duas delas: na Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah) e na Força-Tarefa Marítima da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil).
Giovanna Ayres é Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais San Tiago Dantas (UNESP, UNICAMP, PUC-SP) e pesquisadora do GEDES.